Há décadas o setor de lavagem a seco recorre a solventes químicos para limpar roupas sem o uso de água. Entre eles, o tetracloretileno — amplamente chamado de percloroetileno ou PCE — assume papel de destaque. Sua popularidade deve-se à excepcional capacidade de remoção de manchas oleosas e à sua natureza não inflamável, característica que aumentou significativamente a segurança do ambiente de trabalho em relação aos solventes à base de petróleo usados anteriormente. Durante várias gerações, o tetracloretileno tem possibilitado a higienização suave, porém profunda, de peças que vão da seda delicada ao lã resistente, preservando textura, cor e forma.

Propriedades como baixa viscosidade e tensão superficial permitem que o produto penetre profundamente nas fibras têxteis, carregando resíduos de sujeira com facilidade. Desse modo, o solvente torna-se imprescindível contra manchas persistentes que métodos aquosos não conseguem remover ou até mesmo danificam. Além disso, sua estabilidade química possibilita filtragem e reciclagem eficazes dentro das máquinas especializadas, o que reduz o impacto ambiental e mantém o ciclo econômico viável. A possibilidade de comprar o tetracloretileno tanto em pequenos volumes quanto em grandes lotes reforça seu status de produto químico industrial de acesso facilitado.

Apesar desses atributos, preocupações ambientais e de saúde ganham cada vez mais voz. Organizações de saúde classificam o composto como possível carcinogênico, enquanto órgãos ambientais o apontam como contaminante. Reguladores globais implementam cronogramas de redução gradual e exigem limites mais rígidos. Em resposta, as lavanderias exploram alternativas como solventes hidrocarbonados, siliconados ou processos de limpeza em ambiente úmido profissional. A transição exige novos equipamentos e programas de reciclagem, mas representa também uma oportunidade para modernizar o setor, melhorar a segurança de trabalhadores e consumidores e alinhar-se a práticas mais sustentáveis. Assim, o futuro da lavagem a seco busca soluções ecológicas, sem deixar de reconhecer a contribuição histórica — e ainda hoje significativa — do tetracloretileno para a evolução da indústria.