Dipirona — designação brasileira do Metamizol sódico — é um dos analgésicos e antitérmicos mais prescritos no mundo. Embora sua eficácia clínica seja inquestionável, ainda estão em curso estudos para explicar, em detalhe, o modo pelo qual o princípio ativo age no organismo. Compreender esses mecanismos é essencial para extrair o máximo de benefício do medicamento e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos.

A hipótese mais aceita é a inibição da síntese de prostaglandinas, mediadores centrais nas cascatas da dor e da febre. Acredita-se que o Metamizol bloqueie seletivamente enzimas COX, principalmente a COX-3, isoforma presente no sistema nervoso central. A preferência pela COX-3 explicaria a potência analgésica no cérebro, sem as típicas repercussões gástricas associada aos anti-inflamatórios não esteroides clássicos (inibidores de COX-1/COX-2).

Fora da via prostaglandínica, o Metamizol estimula os sistemas endógenos de alívio da dor. Há evidências de que amplifique a atividade dos opióides naturais — como os endorfinas — e também module receptores cannabinoides, redes fundamentais para controlar a percepção e transmissão das dores agudas ou crônicas.

No caso da febre, o fármaco age no hipotálamo, deslocando para baixo o 'ponto regulatório' de temperatura corporal. Esse processo ocorre provavelmente pela redução de PGE2 na região pré-óptica, o que normaliza rapidamente a termorregulação e leva ao abaixamento da temperatura em quadros febris.

A eficácia da dipirona em dores viscerais e cólicas indica que seu espectro de ação transcende as vias centrais; existem prováveis efeitos periféricos complementares, o que a torna uma ferramenta terapêutica versátil.

Para farmacêuticos ou profissionais de P&D, dominar as nuances do mecanismo de ação do Metamizol é ponto-chave para o aprimoramento de formulações, campanhas educativas e atendimento à legislação sanitária. Garantir suprimento de Metamizol sódico de alta qualidade e alertar sobre efeitos colaterais do Metamizol, assim como sobre interações medicamentosas, permanece uma responsabilidade permanente. Com esse conhecimento, maximiza-se o aproveitamento do medicamento no cuidado ao paciente e cumpre-se seu papel no enfrentamento de necessidades médicas relevantes.