A colite ulcerativa (CU) é uma doença inflamatória crónica intestinal que afeta profundamente a qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo. Tradicionalmente, o tratamento recorria a corticosteroides, imunomoduladores e biológicos. Agora, o surgimento de opções orais como o Ozanimodo inaugura um capítulo inédito, mais conveniente e eficaz para quem vive com CU.

Ozanimodo, comercializado como Zeposia, é um modulador oral dos recetores da esfingosina-1-fosfato (S1P) aprovado para colite ulcerativa moderada a grave. O seu valor terapêutico radica na capacidade de ajustar a resposta imunológica, influenciando o comportamento dos linfócitos: ao ligar-se aos recetores S1P, reduz a circulação dessas células imunes, diminuindo a inflamação gastrointestinal—o grande marcador da CU.

Ensaios clínicos de Ozanimodo em pacientes com CU demonstraram resultados robustos. Estudos indicam rápida indução de remissão clínica e melhorias endoscópicas mesmo em casos resistentes às terapias convencionais. Particularmente relevante é a promessa de remissão sem corticoides, evitando efeitos secundários a longo prazo associados a esses fármacos—um alívio duradouro com menos complicações.

A administração oral diária simples representa uma clara vantagem em relação às injetáveis biológicas, melhorando a adesão dos doentes e facilitando a rotina diária para quem lida com uma doença crónica.

Como qualquer medicação, requer avaliação cuidadosa. É essencial que doentes conversem com o seu médico sobre histórico clínico, condições pré-existentes hepáticas ou cardiovasculares e possíveis interações medicamentosas. A monitorização periódica de enzimas hepáticas e infeções faz parte do protocolo de segurança.

O lançamento do Ozanimodo assinala um avanço central na gestão da colite ulcerativa. Mecanismo de ação direcionado, eficácia na indução de remissão e toma oral simples integram-se numa nova esperança terapêutica. A investigação contínua reforça a posição do fármaco como peça-chave na gastroenterologia dos tempos atuais.