Utilizar qualquer substância com fins terapêuticos exige, em primeiro lugar, domar sua farmacocinética. O Ácido Glicirretínico (GA), princípio ativo potente extraído da raiz-de-alcaçuz, segue essa regra. Ao mapear como o organismo o captura, transforma e elimina, cientistas conseguem prever sua biodisponibilidade, potencial de ação e possíveis interferências com outros medicamentos.

A fase inicial é a absorção. Ainda que o GA possa ser ingerido diretamente, a maior parte surge no intestino como metabolito do ácido glicirrízico (GL), componente predominante na alcaçuz. Essa conversão é decisiva para os níveis plasmáticos alcançados. Em seguida, o composto dissemina-se pelo organismo, acumulando-se especialmente no fígado — principal central de metabolização — o que explica sua forte atividade sobre esse órgão e sobre outros sistemas.

O metabolismo do GA é multifacetado e ainda objeto de descobertas, enquanto os mecanismos de excreção determinam a permanência da substância no corpo. Cada variável nessas duas fases influencia diretamente posologia e tempo de tratamento.

Por fim, interações farmacológicas podem alterar drasticamente o perfil cinético do GA. Pesquisas examinam, por exemplo, como outros constituintes de extratos de alcaçuz ou princípios da medicina tradicional chinesa podem reforçar ou inibir sua absorção e biotransformação. Com esse entendimento completo da viagem celular do GA, pesquisadores poderão aproveitar ao máximo seu valor medicinal, garantindo segurança e eficácia ao paciente.