O câncer continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública mundial, impulsionando a busca inten­sa por moléculas terapêuticas inovadoras. Entre os compostos naturais mais promissores, a pterostilbeno destaca-se pelas suas robustas propriedades anticancerígenas. Obtida de frutas como mirtilos e uvas, sua estrutura molecular única garante elevada eficácia em estudos pré-clínicos realizados em diversos tipos tumorais.

Uma das formas principais pelas quais a pterostilbeno atua é ao induzir apoptose, ou morte celular programada, em células cancerígenas. Este processo é essencial para eliminar células com danos irreparáveis e, assim, conter a expansão tumoral. A molécula ativa essa via elevando a expressão de proteínas pró-apoptóticas, como Bax, promovendo a ativação de caspases e reduzindo simultaneamente fatores anti-apoptóticos.

Além disso, a pterostilbeno controla o ciclo celular ao induzir paradas preferencialmente na fase G0/G1. Isso impede que células malignas continuem a se dividir de forma desenfreada. O efeito ocorre por meio da supressão de proteínas como a ciclino-D1 e do aumento de inibidores como p21, promovendo uma forte barreira contra a proliferação tumoral.

Sua atuação não se limita ao interior da célula: a pterostilbeno combate também a invasão metastática e a neo-angiogênese, a formação de novos vasos sanguíneos que nutrem o tumor. Ao inibir a migração e a invasão celular e bloquear o crescimento desses vasos, ela “alimenta” menos o tumor, enfraquecendo sua progressão.

Estudos mais recentes mostram que a pterostilbeno modifica processos epigenéticos, incluindo metilação do DNA e modificações de histonas. Tais alterações podem reativar genes supressores tumorais ou silenciar oncogenes, abrindo uma nova frente terapêutica contra o câncer.

A molécula também parece atacar células-tronco tumorais (CTT), responsáveis pela resistência a tratamentos convencionais e pela recidiva de tumores. Resultados sugerem que a pterostilbeno compromete a capacidade de auto-renovação destas CTTs e altera seu perfil genético, aumentando as chances de remissão duradoura.

Por fim, cresce o interesse na combinação de pterostilbeno com quimioterápicos como cisplatina ou doxorrubicina. Trabalhos pré-clínicos indicam que ela potencializa a ação desses fármacos e reverte parcialmente resistências do tumor, sugerindo papel como terapia adjuvante.

Embora ainda seja necessário ampliar estudos clínicos para validar segurança e eficácia plenas em humanos, o perfil multifacetado, o boa biodisponibilidade e a segurança favorável da pterostilbeno colocam-na entre as abordagens naturais mais promissoras na luta oncológica atual.