O cérebro, órgão complexo e vital, é sensível a danos causados pelo estresse oxidativo, inflamação e traumas diversos. A neuroproteção — ou seja, a preservação da estrutura e da função neuronal — tem sido uma das frentes mais investigadas da pesquisa médica. A mangiferina, um polifenol natural, demonstra importantes efeitos neuroprotetores graças às suas notáveis capacidades antioxidante e anti-inflamatória. Este artigo examina como a substância escuda o cérebro das agressões, quais mecanismos atua em quadros como traumatismo cranioencefálico e neuroinflamação, e seu potencial papel na prevenção de doenças neurodegenerativas. Descubra como compostos naturais podem contribuir para uma saúde cerebral de excelência.

A base do efeito neuroprotetor da mangiferina repousa em sua vigorosa ação antioxidante. Radicais livres e espécies reativas de oxigênio (ROS) representam fatores centrais do dano neuronal em acidentes vasculares encefálicos e traumas. A mangiferina neutraliza eficazmente essas moléculas nocivas, reduzindo o estresse oxidativo no tecido cerebral. Além disso, modula a expressão de mediadores pró-inflamatórios — como TNF-α e COX-2 — e regula fatores de transcrição como NF-κB, mitigando assim a neuroinflamação. A combinação de ações antioxidante e anti-inflamatória é decisiva para preservar a integridade e o funcionamento dos neurônios.

Estudos mostram que a mangiferina melhora déficits cognitivos e protege contra a neuroinflamação induzida por lipopolissacarídeo (LPS). Em modelos animais, o tratamento com a substância diminuiu a expressão de citocinas pró-inflamatórias no hipocampo, ao mesmo tempo em que aumentou níveis de heme-oxigenase-1 (HO-1), enzima-chave na defesa celular. Adicionalmente, observaram-se efeitos ansiolíticos e antidepressivos na administração de mangiferina — um indicativo de que a redução de inflamação e estresse oxidativo no cérebro também reverbera no humor e no comportamento. Os achados reforçam o valor desse composto na manutenção da saúde mental e cognitiva.

A mangiferina desempenha papel relevante até mesmo em lesões cerebrais mais graves, como as causadas por hemorragia subaracnoidea (HSA) ou por isquemia-reperfusão (I/R). Nessas situações, reduziu o edema cerebral, atenuou o estresse oxidativo, diminuiu a apoptose neuronal e melhorou desfechos neurológicos. Seu mecanismo centra-se na ativação da via Nrf2/HO-1, essencial para a defesa celular face ao estresse oxidativo. A capacidade de regular respostas inflamatórias e vias de estresse torna a mangiferina um agente promissor tanto na recuperação quanto na prevenção de lesões cerebrais.