O cabozantinib malato consolidou-se como um agente chave no combate a diversos tumores graças a um mecanismo sutil que interfere em vias essenciais para a progressão do câncer. Trata-se de um inibidor multialvo da tirosina- cinase de receptores (RTK), capaz de bloquear diversas enzimas simultaneamente. Ao silenciar essas enzimas — centrais na sinalização, crescimento e sobrevivência celular — o fármaco desmonta múltiplas estratégias usadas pelos tumores para se expandirem.

O receptor tirosina-cinase MET tornou-se um dos alvos mais relevantes do cabozantinib malato. A via MET encontra-se frequentemente desregulada nos tumores, sustentando proliferação, invasão e metástase. Inibir MET significa, portanto, atacar de frente os comportamentos mais agressivos do câncer. Paralelamente, ele bloqueia o Vascular Endothelial Growth Factor Receptor 2 (VEGFR2), principal motor da angiogênese — o processo pelo qual o tumor constrói novos vasos para seu próprio suprimento. Com VEGFR2 inibido, a neoplasia é privada de nutrientes e oxigênio, o que ralentiza seu crescimento e disseminação. A supressão conjunta de MET e VEGFR2 é particularmente potente, já que as duas vias costumam cooperar para aumentar a malignidade tumoral.

O impacto clínico dessa abordagem traduz-se nos principais usos aprovados para o cabozantinib malato. No tratamento do carcinoma de células renais, estudos demostraram ganhos significativos na sobrevida livre de progressão e nas taxas de resposta global. Para pacientes com carcinoma hepatocelular avançado, o medicamento representa uma alternativa importante num cenário previamente escasso de opções eficazes. A evidência de benefício nesses tipos de câncer reforça a relevância de atacar alvos moleculares precisos na luta contra o câncer.

O fármaco não se limita a MET e VEGFR2: também inibe outras RTKs como RET, KIT e AXL, ampliando seu espectro de ação antitumoral. Essa capacidade multialvo distingue o cabozantinib malato entre os tratamentos modernos e explica seu amplo uso em diversos tumores sólidos. PESQUISAS em curso investigam o valor adicional de associações terapêuticas e de superação de resistência, consagrando-o como instrumento estratégico no arsenal oncológico.