O microbioma intestinal humano é um ecossistema complexo, e os metabólitos gerados pelas suas bactérias residentes exercem papel decisivo na manutenção da saúde global. Entre eles, a Urolitina B — produto da conversão microbiana de elagitaninos presentes na alimentação — está a ganhar destaque pelos seus claros benefícios digestivos e imunitários. Compreender os efeitos da Urolitina B ajuda a desvendar a intrincada ligação entre dieta, microbiota e defesas do organismo.

A Urolitina B forma-se no cólon através da transformação, por bactérias intestinais específicas, de ácido elágico e compostos relacionados, abundantes em romãs, morangos e nozes. A sua presença reflete um metabolismo eficiente de elagitaninos e sinaliza um ambiente intestinal equilibrado, onde a flora benéfica prospera.

Mas o interesse vai além da origem. Grâce às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, a Urolitina B protege a integridade da mucosa intestinal, reduzindo processos inflamatórios que, se crónicos, comprometem a absorção de nutrientes e aumentam o risco de distúrbios digestivos. Ao acalmar essas respostas, o composto cria as condições ideais para um sistema digestivo mais saudável.

Ainda mais relevante é a comunicação bidirecional entre intestino e sistema imunitário: grande parte das células de defesa reside na parede intestinal. A Urolitina B regula a via NF-κB, um pivô das reações inflamatórias, evitando respostas imunitárias excessivas. Esse controlo promove uma atividade celular equilibrada e aumenta a resiliência do organismo a infecções.

O impacto anti-envelhecimento da Urolitina B vem reforçar este pacote. O declínio progressivo da função imunitária com a idade — imunossenescência — é atenuado pela redução do stresse oxidativo e pela preservação da saúde celular, garantindo um sistema de defesa operacional por mais tempo.

Para quem busca fortalecer digestão e imunidade, a estratégia mais simples é diversificar o prato: frutas vermelhas, nozes e sementes estimulam as bactérias produtoras de Urolitina B. Com o avançar da investigação clínica, assume-se definitivamente que este pequeno metabólito poderá ter um papel enorme no bem-estar intestinal e na robustez imunitária.