Transformar peles cruas em couro resistente e flexível é um processo químico intrincado. Dentre os vários insumos utilizados, o formiato de sódio ocupa posição de destaque, influenciando diretamente a qualidade, a durabilidade e o acabamento estético do produto final. Conheça a seguir em detalhes como essa substância age em cada etapa de produção.

O formiato de sódio (HCOONa) é um sal branco, cristalino e altamente solúvel em água. Sua eficácia no setor coureiro vem da função dupla: atua tanto como auxiliar de curtimento quanto como regulador de pH. Ainda nas fases iniciais, após a despentina e descarna, o agente é frequentemente empregado na etapa de amaciação (bating).

Na tanificação, o formiato de sódio estabiliza as fibras colágenas da pele, impedindo a decomposição e conferindo flexibilidade prolongada. Em curtimentos cromo, ele é utilizado como “agente mascarante” ou ácido camuflador, controlando uniformemente a penetração dos sais de cromo nas fibras. Essa lentidão ajustada evita curtimentos excessivos localizados e resulta em couro de coloração homogênea e vida útil ampliada.

Outro diferencial é sua atuação como estabilizador de pH. Manter-me um meio levemente ácido durante o curtimento cromo é imprescindível para que o cromo adira eficientemente ao colágeno. O formiato de sódio, ao tamponar a acidez, garante essa fixação ideal — e, de quebra, reduz o pH do efluente final, facilitando tratamentos posteriores de efluentes.

Os benefícios impactam diretamente as características do produto acabado: maciez, flexibilidade e resistência mecânica aumentam, enquanto melhora-se também a penetração de corantes e preparação para acabamentos diversos, do calçado e vestuário até estofados e acessórios.

Em síntese, o formiato de sódio combina conservação e elevada performance no processamento de couro. Sem sua presença, seria impossível alcançar o padrão de exclusividade e consistência que o mercado de produtos premium exige.