A taurina, aminoácido condicionalmente essencial, é peça-chave em dezenas de processos biológicos. Encontrada em abundância no cérebro, olhos, coração e músculos, reflete sua importância para o bem-estar geral. O organismo é capaz de produzi-la em pequenas quantidades, mas estudos mostram que seus níveis caem com o passar dos anos ou em situações de estresse e doença, o que reforça a importância da dieta e, eventualmente, da suplementação.

As descobertas científicas do último século demonstraram que a taurina ajuda a manter a hidratação celular e o equilíbrio eletrolítico — condição sine qua non para a estabilidade da membrana celular. Além disso, participa da formação dos sais biliares, necessários para digerir e absorver gorduras, e atua na regulação de minerais cruciais como o cálcio, protegendo o sistema nervoso central, a visão e o sistema imunológico. Seu efeito antioxidante também diminui o estresse oxidativo e a inflamação.

No esporte, a taurina vem conquistando espaço. Pesquisas indicam que ela aumenta a captação de oxigênio, atrasa a fadiga muscular e acelera a recuperação — motivo pelo qual se tornou item obrigatório na rotina de muitos atletas. Doses entre 1 e 3 g, ingeridas cerca de uma hora antes do treino, costumam ser as mais estudadas e indicadas para obter ganhos consistentes de resistência.

O leque de benefícios à saúde continua a se ampliar. Estudos iniciais sugerem efeitos positivos na sensibilidade à insulina — auxiliando no controle glicêmico em pacientes diabéticos — e na regulação da pressão arterial, além de proteção cardiovascular. Há indícios, ainda preliminares, de ação na saúde ocular, auditiva e neuroprotetora, embora ensaios clínicos maiores ainda sejam necessários. O declínio natural da taurina com a idade alimenta a hipótese de que ela possa servir como molécula antienvelhecimento; experimentos com animais demonstraram aumento da expectativa e da qualidade de vida.

O aminoácido é facilmente obtido por meio da dieta — principalmente em carnes e frutos do mar. Vegetarianos e veganos tendem a ingerir menos taurina, mas o organismo, em regra, compensa pela síntese endógena, o que torna a deficiência rara em adultos saudáveis. Para quem opta pela suplementação, consultar um profissional de saúde é imprescindível, especialmente se houver uso de antidepressivos, anticonvulsivantes ou anticoagulantes, já que interações medicamentosas são possíveis.