Apesar de a biotina (vitamina B7) estar presente em muitos alimentos e ser fundamental para várias funções do organismo, sua deficiência — embora rara — pode causar problemas perceptíveis de saúde. Compreender as causas, os sintomas e as medidas preventivas é essencial para manter níveis adequados desse nutriente.

O que é deficiência de biotina?

A deficiência ocorre quando o corpo não possui quantidade suficiente de biotina para cumprir suas funções metabólicas. Ela atua como coenzima de várias carboxilases-chave, imprescindíveis no metabolismo de carboidratos, lipídios e aminoácidos, além de contribuir para a saúde de cabelos, pele e unhas.

Sintomas da carência de biotina

Inicialmente sutis, os sinais tornam-se mais evidentes se não forem tratados. São os mais comuns:

  • Queda ou rarefação capilar: um dos sintomas mais relatados.
  • Manchas cutâneas: frequentemente ressecadas, descamativas e vermelhas, surgindo principalmente ao redor dos olhos, nariz, boca e região genital.
  • Unhas fracas: tornam-se quebradiças e propensas a lascar.
  • Alterações neurológicas: como depressão, letargia, sensação de formigamento ou dormência nas extremidades e, em casos mais graves, alucinações.
  • Outros sinais: incluem conjuntivite, perda de apetite e redução da imunidade.

Gestantes podem ter risco aumento de deficiência marginal, devido ao catabolismo acelerado, embora quadros graves sejam pouco frequentes.

Causas da carência

Vários fatores podem desencadeá-la:

  • Alimentação pobre: dietas continuamente desprovidas de fontes de biotina podem levar à carência.
  • Alterações genéticas: distúrbios metabólicos hereditários, como a deficiência de biotinidase, prejudicam a reciclagem ou utilização da vitamina — condição rastreada ao nascimento em diversos países.
  • Uso prolongado de medicamentos: alguns anticonvulsivantes e antibióticos podem interferir na absorção ou metabolismo da biotina.
  • Consumo excessivo de claras de ovo cru: a avidina presente nas claras se liga fortemente à biotina, impedindo sua absorção; dietas ricas nesse alimento, ao longo do tempo, elevam o risco de deficiência.
  • Álcool crônico: reduz a absorção da vitamina e aumenta sua excreção.

Como prevenir

O principal é assegurar uma ingestão dietética adequada:

  • Alimentação equilibrada: ingira regularmente ovos (especialmente as gemas), oleaginosas (amêndoas, amendoim), sementes (girassol), salmão, batata-doce e leguminosas.
  • Suplementação consciente: diante de dúvidas ou sintomas, consulte um profissional de saúde para avaliar a dose ideal; embora a biotina seja geralmente segura, doses elevadas devem ser orientadas médicamente.
  • Atenção a interações: limite o consumo de claras de ovo cru e informe seu médico sobre o uso prolongado de medicamentos que possam impactar níveis de biotina.

Ao conhecer as principais fontes alimentares e manter uma dieta variada, a maioria das pessoas consegue obter quantidades suficientes de biotina e evitar problemas associados à carência. Consultas periódicas com profissionais de saúde são sempre recomendadas para orientações personalizadas.