O cloridrato de poli-hexametilenoguanidina (PHMG) é um composto químico que tem chamado a atenção por sua expressiva ação biocida. Amplamente utilizado como desinfetante e agente antimicrobiano em variados setores, o PHMG garante o controle eficaz de um amplo espectro de microrganismos. No entanto, sua utilidade convive com um ponto crítico: riscos significativos à saúde relacionados à exposição por inalação. Essa dualidade torna essencial compreender seu perfil para apoiar tanto a aplicação industrial quanto a vigilância sanitária.

Enquanto desinfetante biocida, o PHMG se destaca. Seu mecanismo único de esterilização compromete as membranas celulares microbianas, impedindo o surgimento de resistência — problema recorrente com muitos outros desinfetantes. Essa característica é valiosa em ambientes onde a contaminação microbiana é uma ameaça constante, como hospitais, fábricas têxteis e produtos domésticos. Gracas ao mecanismo antibacteriano do PHMG, a eficácia persiste mesmo com uso contínuo, consolidando-o como aliado na manutenção de padrões higiênicos.

A discussão, porém, muda de tom quando se aborda sua toxicidade, notadamente após os incidentes com produtos desinfetantes para umidificadores. O risco de fibrose pulmonar pelo PHMG está bem documentado: estudos demonstram que o composto na forma de aerossol pode causar graves lesões nos pulmões, incluindo fibrose e neoplasias malignas. Tais evidências levaram à proibição e ao endurecimento de regras para aplicações aerosolizadas. Por isso, o perfil de segurança do PHMG exige cuidado redobrado, reforçando que sua eficácia como auxiliar químico só se mantém se houver controle rígido para evitar exposição aérea.

Mesmo diante desses riscos, o PHMG continua sendo empregado em situações onde a inalação não é uma variável — por exemplo, em tratamentos específicos de tecidos ou sistemas de purificação de água. A capacidade de eliminar micróbios sem promover resistência o torna opção atrativa para determinados processos industriais. Ao avaliar os usos do desinfetante PHMG, é fundamental distinguir aplicações seguras de arriscadas. Produtos de limpeza para superfícies ou sistemas de tratamento de água, nos quais o composto fica contido ou amplamente diluído, são considerados seguros quando manipulados conforme as orientações.

Pesquisas continuam para aprofundar mecanismos de ação e os efeitos toxicológicos do PHMG. Comparar PHMG vs PHMB, por exemplo, auxilia na escolha do biocida mais adequado para cada caso. O objetivo é aproveitar o poder antimicrobiano do PHMG de forma responsável, maximizando seu benefício nos contextos industrial e médico, enquanto se limita, com rigor, o risco à saúde humana. Isso exige protocolos de segurança rigorosos e uso consciente por fabricantes, profissionais e consumidores.