A melatonina, hormônio natural do sono do corpo humano, tornou-se um suplemento bastante popular para quem busca melhorar o descanso. Apesar de fácil acesso sem receita, entender o uso correto, os possíveis efeitos adversos e quando recorrer a um profissional é essencial para garantir segurança e resultados reais.

A principal missão da melatonina é regular o ciclo sono-vigília. Sua produção aumenta na escuridão, sinalizando ao organismo que é hora de dormir. Para quem sofre com distúrbios ocasionais de sono, como insônia passageira ou jet lag, o suplemento pode ajudar a sincronizar o relógio biológico com o horário desejado. No entanto, é importante lembrar que a substância não é um sedativo; ela atua como um sinal temporal. A dose indicada costuma ser baixa — entre 0,5 mg e 5 mg — ingerida de 30 a 90 minutos antes de deitar. Dosagens maiores não aumentam necessariamente a eficácia e podem elevar o risco de efeitos colaterais.

Embora seja bem tolerada pela maioria, a melatonina pode causar reações indesejadas, sobretudo em quantidades elevadas. Os sintomas mais comuns incluem sonolência diurna, dor de cabeça, tontura e enjoo. Em situações raras, podem surgir alterações de humor ou irritabilidade. Outro ponto importante: a substância pode interagir com anticoagulantes, sedativos e certos antidepressivos. Portadores de diabetes, doenças autoimunes ou transtornos psiquiátricos devem falar com um profissional de saúde antes de iniciar o uso.

A utilização em crianças exige redobrada atenção. Mesmo que a melatonina possa ser prescrita para distúrbios específicos, supervisionada por um pediatra, não deve ser a primeira opção. Os impactos a longo prazo sobre o desenvolvimento — principalmente durante a puberdade — ainda não são totalmente conhecidos. Por isso, a recomendação geral é investir primeiro em higiene do sono consistente: horários regulares, ambiente escuro e livre de telas antes de dormir.

A orientação médica é indispensável quando o distúrbio do sono persiste. Contar apenas com suplementos pode mascarar causas mais sérias, como apneia ou insônia crônica. Um profissional avalia o histórico, realiza exames e, se necessário, prescreve tratamentos mais seguros. Além disso, ele indica marcas confiáveis e reforça a importância do rótulo claro, já que a indústria de suplementos possui regulação menos rigorosa do que a farmacêutica.

Em síntese, a melatonina pode ser útil para desafios pontuais de sono, desde que usada com responsabilidade. Compreender seu mecanismo, controlar a dose, saber identificar efeitos adversos e priorizar boas práticas noturnas permite decisões mais acertadas — e, claro, noites mais tranquilas e saudáveis.